Não quero ser um pirata
Este foi o primeiro carnaval a sério do rebento lá de casa. Confesso que detesto este tipo de festividades mas não podia deixar passar em branco tamanha celebração e vai de investir num modelito espectacular da Imaginarium. Como ele tem a mania de dizer que é um capitão, achei que era giro comprar um fato de pirata e uma espada, guardei muito bem guardado até sexta-feira para criar um efeito surpresa ainda mais espectacular. Quando a criatura acordou, fui logo ao quarto com o saco em riste e disse "presente, o que é que o Henrique quer ser?". Meio ensonado disse-me que queria ser um "animais", qual perguntei-lhe eu? "o Henrique quer ser um panda"... hmmmm, errrrr, pois mas isso já não dá, tens de ser o pirata. Tirei o fato do saco e ele começa a abanar freneticamente a cabeça, a dizer que não, que não quer ser um pirata, que não quer vestir aquilo. Tento demovê-lo com a espada, que é espectacular, mas não quer despir o pijama. Olha para mim com um ar desolado e diz "mãe, eu quero ser um pai natal". Ok, porque não disseste antes? Era um disfarce bem mais económico e resolvia-se com umas barbas em algodão.
A custo visto-lhe o fato, digo que lhe pinto os olhos como tem o Capitão Jack Sparrow (que ele não faz a mínima quem seja), que vai ficar giríssimo e lá consigo enfiar-lhe a roupa. Pego-o ao colo para lhe ir dar o pequeno-almoço e ele remata "mãe, o Henrique é um pai natal não é?", "és querido, és um pai natal", e desisto.