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Estado de (des)Graça

todas sabemos que a gravidez é um estado de graça.

28.Mai.14

Super Mulheres

Esta mania de em tudo o que é sitio fazer-se vénias às "mães empreendedoras" mexe comigo. De repente ser mãe é uma obra magnifica, um esforço supremo, e é ainda melhor se para além disso conseguirmos ter um trabalho, mesmo que seja a fazer empadas para fora ou a escrever a tempo inteiro num blog. Não entendo, as nossas mãe, avós, bisavós, tetravós foram mães, na maioria das vezes muito mais vezes do que nós, e não receberam nenhuma medalha, não receberam nenhum destaque em nenhuma revista/jornal/almanaque/outra publicação qualquer. Não consigo perceber esta febre que se espalhou por tudo quanto é sítio de que estamos todas a fazer um trabalho digno de bandeira na urna. Fico ainda mais doente quando leio por aí coisas do género "acho que está na altura de abrandar porque quero dedicar-me à vinda do bebe Y" saído da boca de quem não tem um emprego/trabalho mas apenas uma ocupação.

 

Eu não sou nem nunca serei uma super-mãe, só por parir (também as cadelas o fazem) e imagine-se por trabalhar. Dêem destaque às mulheres que pariram e tiveram de tirar da boca delas para pôr nas dos filhos. Dêem destaque às mulheres que viram os filhos partir antes delas e que mesmo assim conseguiram arranjar força para cuidar dos outros. Dêem destaque às mulheres que pariram bebés mortos ou àquelas que morreram a parir, aquelas que lutam todos os dias para engravidar e esperam um ano por uma FIV num hospital público. Têm muitas súper mulheres para dar destaque para além das novas super mães que aparecem em tudo o que é revista com um ar super IT GIRL a dizer "eu fui mãe e consegui e imagine-se criei o meu próprio negócio".

 

A sério, poupem-me!

 

 

(este post vem a propósito de um artigo da Saber Viver de Maio)

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