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Estado de (des)Graça

todas sabemos que a gravidez é um estado de graça.

24.Jul.20

4 meses depois

Os dias passaram a semanas, mês e meses, e dei por mim sem escrever durante 4 meses. A vida mudou tanto nesta nova era, para pior, com muita certeza. Confinada em casa 3 meses com dois miúdos, e mais um mês com um (entretanto o mais velho voltou para a escola) tem sido de malucos. Sinto que começo a ceder, a perder as forças, a paciência, a cabeça. Adormeço muitas vezes a pensar que raio de vida é esta dos novos adultos deste século, que passam horas e horas a trabalhar, e 5 minutos a cuidar de si. Não gosto desta experiência do teletrabalho, em que os horários têm de ser cumpridos, os prazos de resposta respeitados, mas nada se coaduna com os horários de duas criaturas dependentes. A agravar com o facto da era COVID ter acabado com o consumismo, trabalho para comer, pagar as contas e mais nada, porque se acabaram os ginásios, as viagens, os almoços fora, os jantares, os concertos, os cinemas, as compras supérfluas, e mesmo assim não sobra mais dinheiro, ou porque o agregado está mais pobre, ou porque os bens essenciais subiram.

E é isto, o mood é este, encontro-me em piloto automático e tento sobre(viver).