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Estado de (des)Graça

todas sabemos que a gravidez é um estado de graça.

18.Jan.17

da minha insistência em ter o segundo

Neste processo a frase que mais ouço é "ao menos já tens um" ou "porque insistes tanto se já tens um?". As pessoas não percebem o porquê de querer um segundo filho quando o processo me faz sofrer e me desgasta tanto. A minha própria mãe não entende, não toca no assunto, é como se ele não existisse. Está cómoda com o seu adorado e único neto, e isso basta-lhe, tal como lhe bastou ter apenas uma filha. Infelizmente para mim e em quase todos os campos da minha vida nunca consigo a sensação do basta, do suficiente.

Não vou tentar explicar a pessoas que não são pais porque nunca entenderiam mas isto de ser mãe é como que um perpetuar de nós próprios, enquanto geramos e damos vida deixamos no mundo mais um pedaço de nós, mais uns anos de nós ainda que o nosso prazo de validade seja limitado. Eu morro, mas ficam cá os meus. E com o passar dos anos, conforme vamos envelhecendo esse desejo é mais vincado. Para não falar sequer do meu relógio biológico, do facto de querer dar um irmão ao meu filho ou do desejo imensurável de querer ter um bebé em casa. É este sentimento ambíguo que dói: ver o meu filho crescer de forma saudável é a melhor coisa do mundo, deixar de o sentir como um bebé e não ter outro, ou perspectivas que venha a acontecer é de partir o coração.

 

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