Vamos confiar em quem?
Afinal o meu querido endometrioma não é um endometrioma e vai se haver e não tenho endometriose. Ok, fui vista por uma especialista que vê endometriomas todos os dias e nada me disse. Inclusivé disse-me que caso aumentasse eu podia lá voltar que ela tirava. E ele aumentou e em Setembro marquei consulta com ela. Mas como é especialista consegui vaga para o dia 12 de Dezembro. Sim ainda falta um mês.
No meio disto tudo e porque estava na CUF, resolvi ir dizer olá ao meu ginecologista, e contar-lhe toda esta telenovela ovárica. Expliquei-lhe que na IVI me tinham mandado para a Luz de novo (logo aqui começou o rosnar) para fazer uma laparoscopia para tirar um endometrioma (outro bufar e depois mais tarde vim a perceber porquê). "Não vai a lado nenhum, quero observá-la". Em dois minutos estava a olhar para o meu amigo Trioma e a abanar a cabeça "isto não é endometrioma nenhum, mas ok, vou pedir nova ressonância e vamos ver, de qualquer forma é para tirar porque já tem 5 cm, mas nós tiramos". O meu primeiro pensamento foi, "nós quem?". E pergunto-lhe "mas vai estar presente?". "Claro, eu tiro". Em casa fui novamente dar uma vista de olhos no cv dele e lá encontrei a menção honrosa de "coordenador da Unidade de cirurgia ginecológica minimamente invasiva" ou algo parecido. Percebi então o segundo bufar.
Marcou-me ressonância pélvica directamente com uma pessoa de confiança e hoje fui buscar o resultado - cistadenoma. Ponto, não fala de aderências, endometriomas, endometriose, nada. Estes foram os terceiros olhos que me viram. Sem contar com os médicos radiologistas da primeira ressonância. Não sendo nada de grave pergunto-me: quantas segundas opiniões temos de pedir para estarmos descansadas? Quanto vale o cv de um médico? Quanto disto não é puro negócio?
Já dizia o meu avô: maior vigarista que os advogados só existem os médicos, que podem inventar uma apendicite e os advogados não podem inventar um divorcio.