Os filhos não estão com as mães, nem com os pais, estão com as educadoras, avós ou amas. Brincam longe de quem os trouxe ao mundo, de quem os fez crianças.Brincam na certeza que o tempo será sempre assim, infinito nos programas mais felizes. Correm nos jardins atrás de nada porque a inocência a isso permite. Os pais esses, estão sentados à secretária, com o email ligado e o iphone a receber chamadas. Estão ausentes neste dia mas a Deus têm de estar gratos por isso. Só a ausência permite pagar as educadoras ou as amas. Neste mundo onde os filhos que são nossos são mais dos outros, é normal dar Graças a Deus por tudo o que temos e não temos desculpando-nos a falta de tempo ou paciência nas brincadeiras do dia em que é deles, que aos olhos de um pai, são todos.
E a partir do próximo fim-de-semana e até 17 Setembro, data em que casei, vamos andar por aí, tantos lugares e tão diferentes, 6 sítios improváveis, de Marrocos a Madrid, do campo à praia, do hotel boutique ao turismo rural. Venham de lá esses sítios encantados porque viajar é enriquecer.
É exactamente meia-noite o que significa que falta menos um dia para ele regressar. Na contagem decrescente de sempre fecho os olhos para tentar adormecer na cama fria e regresso ao ano de 2006, há sete anos atrás.
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Despacha-te Francisco, os meus pais estão a chegar. Ele vestiu as calças vagarosamente, apagou o cigarro no cinzeiro de porcelana e beijou-me cuidadosamente a testa. Era sempre cuidadoso. O telemóvel tocou. É ele outra vez? Virei a cara, porque haveria de responder quando ele sabia a resposta? Abraçou-me, com aquela força dele. Sabes que te adoro não sabes? Não sabia para dizer a verdade. Era a quinquagésima vez que estávamos juntos, e eu não sabia de nada. Apetecia-me ouvir Sexual Healing outra vez, tinha a música na cabeça.