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Estado de (des)Graça

todas sabemos que a gravidez é um estado de graça.

29.Jun.16

A pancada pelos popós

Sempre soube que os meninos rapazes têm paixão por carros, mas nunca pensei que pudesse ser uma tal obsessão ao ponto de muitas vezes ter de sair de casa e ir até ao carro, sentá-lo ao volante porque já ninguém aguenta o miúdo a gritar "popó mamã, popó mamã". Não é só carros, é autocarros, eléctricos, aviões, betoneiras, ambulâncias, tudo o que se mova com alguma velocidade (esqueçam lá isso de gostar de bicicletas ou triciclos). 

Esta paixão é de tal maneira grande que quando posso tiro fotografias para ele depois ver. Aqui está um belo espécime que deixou o meu filho em delírio. 

 

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Isto para não falar que a única música que ele sabe cantar é a do Popó do Papa do avô cantigas. 

20.Jun.16

No dia em que fiquei presa na Costa da Caparica

E foi ontem, eu sabia que ia acontecer um dia! Saímos cedo de casa, por volta das 11h para não apanhar muito trânsito, pensei eu e milhares de lisboeta. Ainda assim não desisti. Começou logo na ida em que fiquei presa na entrada para o Borda D'Água (Praia da Morena) porque as pessoas acham por bem estacionar nos dois lados numa estrada com 3 metros de largura. Fiquei bloqueada durante 30 minutos ao ponto de ter de sair do carro e pedir a gente muito simpática e bem formada para fazer marcha atrás porque assim nem para a frente nem para trás. Havia um senhor muito bonito (not) que inclusive me disse que não fazia, que ele tinha prioridade (?), mas lá chorei um bocadinho e disse que tinha um bebé no carro. Mas adiante.

Às 16h resolvi sair, por ingenuamente pensar que com um dia daqueles ninguém iria sair cedo, mais uma vez enganei-me. Os lisboetas das 11h pensaram de novo como eu. Tirei o carro do lugar, andei 15 metros e parei, e tive parada durante 15 minutos. Olho para trás e o gordo dormia, mas estava todo suado. Disse para o meu marido "bora encostar e voltar para a praia". Tirar tudo do carro inclusive o gordo sem o acordar. Voltámos para a praia com a criatura ferrada que assim se manteve até às 18h30. Fui sempre espreitando para o parque e o caos continuava instalado. Às 20h, depois de 8 horas de praia já só queria fugir dali, mas depressa depressa só mesmo de barco pelo mar. Cheguei a casa passava das 21h.

Questiono-me, e se alguém precisar de ser socorrido? E se houver um incêndio? Uma catástrofe? Uma avaria? E as autoridades locais? E o sr. muito prestável que "arruma" o parque e está sempre debaixo da árvore a desejar bom dia de praia? Que dia de praia em grande.

 

 

17.Jun.16

Vamos falar abertamente sobre infertilidade? (ii)

Algures no tempo deixei de me preocupar com a causa do meu SOP e concentrei-me apenas em conseguir engravidar. Conforme os ciclos foram passando e o tratamento foi ficando cada vez mais intolerável quer do ponto de vista psicológico, quer do ponto de vista físico eu fui-me desligando do assunto. As consultas na IVI foram ficando mais espaçadas e na última saí de lá num pranto e lavada em lágrimas com a recomendação de encontrar apoio psicológico e se calhar algum conforto em anti-depressivos ou calmantes. O meu ponto de ruptura tinha chegado ao fim de 5 meses sem respostas e com induções que nunca chegavam ao seu termo.

 

No entretanto o meu marido nunca desistiu em encontrar uma razão para o SOP, uma resposta, um tratamento que fosse à causa e tratasse o problema de raiz. Hoje sei que comecei pelo fim e agora estou no inicio. No meio da sua busca incessante encontrou a Dra. Sílvia Saraiva, e marcou-me consulta. Até ao último minuto eu fui resistente em ir. Não queria saber de mais um médico ou de mais exames, de mais dinheiro gasto e tempo perdido. Acabei por ir ainda que contrariada, mas assim que a médica me recebeu gostei dela, não sei explicar, mas soube que estava no sítio certo, e pela primeira vez fui totalmente sincera com um médico e falei durante 40 minutos sobre tudo. A primeira questão dela foi porque razão eu não tinha tratado o SOP, porque o SOP teria tratamento, ou melhor, atenuação dos efeitos. Respondi-lhe que não sabia, que pensava que não se sabendo a causa não haveria forma de cuidar do problema. 

 

A causa, depois de descrever todo a minha vida desde a adolescência, só poderia ser uma: resistência à insulina, pré-diabetes, insulino-resistente. Sem análises a confirmar ela não poderia ter 100% de certeza, mas tinha 98%. Explicou-me que eu tinha um quadro típico de SOP e que a Metformina me iria ajudar: baixando os níveis de insulina eu iria baixar os níveis de hiperandrogenismo e consequentemente aumentar as hormonas femininas. Aumentando as hormonas femininas os meus ciclos acabariam por se restabelecer sozinhos. Lançou-me o desafio: caso a minha reserva ovárica estivesse boa e alta, eu iria dar um tempo aos tratamentos de fertilidade e começava de imediato a Metformina e no entretanto faria as análises com prova de resistência à glicose e doseamento de insulina. Aceitei, confiei nela, porque pela primeira vez alguém me disse coisas que faziam sentido. Alguém me explicou o SOP como uma coisa objectiva e alguém olhou para mim como um todo e não como um ovário infértil. 

 

Fiz as análises e nesse mesmo dia comecei os comprimidos. Quem já fez este tratamento deverá saber que é duro até nos habituarmos. Os efeitos secundários são pesados e muitas mulheres desistem. Ainda não consegui aumentar a dose mas ontem a Dra. Sílvia ligou-me, as análises estavam boas, em tudo, excepto a insulina, aumentada em 8X mais do que deveria após toma de glicose. Os valores são muito altos, a resistência era enorme e até aos diabetes tipo II era um pulo. O pâncreas produz insulina em excesso (resistência à insulina) até "colapsar" e deixar de produzir de todo e aí aparecem os diabetes porque a glicose não tem forma de sair do sangue. Será muito provavelmente um tratamento para a vida, mas encontrei a minha resposta, voltei ao inicio, dei muitos passos atrás mas estou mais serena e quero acreditar que um dia voltarei a ser "mulher" em toda a minha plenitude de forma mais natural.

14.Jun.16

uma questão de infertelidade ou equilibrio

Pouco tenho escrito sobre este assunto, aprendi que não falar não me faz pior que desabafar, é como se não falando pensasse menos. E a verdade é que pouco ou nada tenho para dizer. Neste momento encontro-me em modo "pausa" da IVI e de todos os medicamentos indutores por opção. Preciso de tempo para respirar e acho que mudanças só lá para Setembro. O meu corpo continua em modo "pausa total" mas será uma característica que me acompanhará o resto da minha vida julgo. 

09.Jun.16

no fim o que conta é a alimentação

Gosto de fazer experiências, coisas apetitosas mas que sejam saudáveis. Deixo-vos o meu gelado proteico de frutos vermelhos:

 

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 250 gramas de iogurte grego ligeiro

125 gramas de Mirtilos e 125 gramas de Framboesas congelados

30 gramas de whey protein sabor caramelo salgado ou morango (não é essencial)

30 gramas de stevia e um punhado de sultanas para adoçar

Bater tudo no robot de cozinha e está pronto a servir com topping de frutos secos ou pepitas de cacau. 

08.Jun.16

Dicionário em construção

Jú - Júlio

Pupu - Chupeta

Oão - João

òó mamã - cama da mãe

tou mãe - telemóvel da mãe

boat - barco

popó água - barco

popó nini - ambulância ou carro dos bombeiros

babá - máquina de lavar roupa ou louça

bi - umbigo

 

 

há algumas que ainda não consegui decifrar: pipi mãe, passa a vida a repetir o pipi mãe e eu não faço ideia o que seja, mas sei que não se está a referir ao meu pipi. 

 

07.Jun.16

sestas e sestinhas

Agora que está a aberta a época balnear, deparo-me com um grande dilema: as sestas do Pablito. Quase a fazer dois anos já só faz uma sesta diária, mas que é de 3 horas, normalmente das 14h às 17h. E eu como má mãe que sou levo-o para a praia a qualquer hora, não respeito o horário das 08h às 10h e das 17h até a lua aparecer. Praia para mim é quando estamos todos despachados e com pequeno almoço tomado (e eu de treino feito) até à hora que nos apetecer. No início ponderei respeitar o horário das sestas dele, mas rapidamente percebi que os fins-de-semana seriam muito mal aproveitados. E como a criatura só dorme na cama ou no carro, optei por ignorar que ele precisa efectivamente de dormir uma bela sesta de 3 horas. O truque é ir para praias mais longínquas, ou caso queira ir para a habitual na Costa da Caparica vou até Setúbal e volto, e a criatura dorme 50 minutos. No regresso é fazer o mesmo, vou até Cascais e volto e dorme outra horita. Nunca pensei que algum dia deixaria de importar as filas à saída da Costa e entrada na A2. Venha de lá esse trânsito, agradeço eu e a criança. 

Quanto às horas de maior calor e o perigo que a exposição solar acarreta, resolvo-o com um bom protector solar, chapéu na cabeça e sempre à sombra da bananeira. Muita água, alguns banhos e muitos camiões e popós para estar entretido na areia junto de mim. 

02.Jun.16

No dia das Crianças

Os filhos não estão com as mães, nem com os pais, estão com as educadoras, avós ou amas. Brincam longe de quem os trouxe ao mundo, de quem os fez crianças.Brincam na certeza que o tempo será sempre assim, infinito nos programas mais felizes. Correm nos jardins atrás de nada porque a inocência a isso permite. Os pais esses, estão sentados à secretária, com o email ligado e o iphone a receber chamadas. Estão ausentes neste dia mas a Deus têm de estar gratos por isso. Só a ausência permite pagar as educadoras ou as amas. Neste mundo onde os filhos que são nossos são mais dos outros, é normal dar Graças a Deus por tudo o que temos e não temos desculpando-nos a falta de tempo ou paciência nas brincadeiras do dia em que é deles, que aos olhos de um pai, são todos. 

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