Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Estado de (des)Graça

todas sabemos que a gravidez é um estado de graça.

26.Jan.16

uma questão de infertelidade

O Beta HCG estava marcado para o dia 1 de Fevereiro, seria o fim do ciclo. Não foi preciso esperar até lá para saber que este primeiro ciclo de tratamentos não funcionou. Infelizmente, e como estou fora de Portugal, não tenho forma de começar um segundo ciclo porque teria de ir à IVI na quinta-feira e portanto o próximo ciclo será ao natural. Pensei que fosse ficar triste mas a verdade é que estou aliviada, ao fim de 7 meses sem que nada se passasse, aconteceu algo. 

Daqui a um mês e meio lá voltamos à segunda ronda de tratamentos. 

26.Jan.16

Atirem-me pedras

O filme The Revenant dava para fazer uma tese sobre a respiração do Leonardo. Ir ao cinema e estar a contar os minutos para que as luzes se acendam não é nada bom (sem prejuízo da óptima banda sonora, ode ao Leo e paisagens). Mas sendo curta: o filme é uma verdadeira seca.

26.Jan.16

Gracinha no mundo

Porque não quero que me falte nada, nem a mim, nem aos meus queridos, vim até Luanda numa viagem relâmpago. Já tinha esquecido o cheiro e o calor húmido. O trânsito está melhor, tudo o resto parece-me igual. E advinhem quem apareceu para me fazer companhia? Ironias!

19.Jan.16

no fim o que conta é a alimentação

Desde que fui mãe e assim que o médico permitiu retomei os treinos no ginásio com o meu PT de sempre. Cheguei a fazer 5 treinos por semana com PT e resultados nem vê-los. Em Dezembro de 2014 resolvi que estava na hora de começar a treinar sozinha. Irritei-me por todo o dinheiro gasto, irritei-me por todas as horas perdidas no ginásio e irritei-me por todos os alimentos que deixei de ingerir. Fui reduzindo as calorias ingeridas em busca de um emagrecimento forçado, quando na verdade queria apenas reduzir a massa gorda. Posso dizer que entre o período de Janeiro a Setembro de 2015 fui imensamente infeliz por odiar o que via no espelho. No espaço de um ano frequentei 3 ginásios diferentes, precisava de arranjar um equilíbrio entre a nova vida de mãe, o trabalho e os treinos, queria treinar, mas não queria abdicar de tempo com o meu filho. Acabei por optar por um ginásio perto de casa e a meia distância do trabalho. Em Outubro de 2015 estava a correr cerca de 60 km por semana, a um ritmo bom, e massa gorda a derreter nem ver. Continuava com a minha alimentação super regrada, à base de folhas de alface, sopa, e aqueles alimentos todos que qualquer nutricionista nos impinge: marinheiras, iogurtes aromas magros, queijo vaca que ri light, gelatinas zero calorias, tortas de arroz integral, tostas de espelta... pacotes e pacotes de comida "light" e "saudável".

 

Resultados: nem vê-los.

Aprendi da pior maneira, vi o mal que fiz ao meu corpo ao ponto de ficar totalmente desequilibrada a nível hormonal pelo stress constante que lhe causava. Hoje olho para trás e fiz apenas asneiras. Não basta correr, fazer treino de alta intensidade, saltar feitos maluquinhos, fazer pranchas ou levantar pesos. Não basta acima de tudo contar calorias e reduzi-las a mínimos, ou cortar nos hidratos de carbono. É preciso equilibrar tudo com uma boa alimentação, e quando digo boa alimentação é comer tudo de preferência que não esteja empacotado, ou embrulhado. É necessária muita proteína (sim é verdade, apesar da conversa já enjoar) de boa qualidade, em todas as refeições, e não falo da proteína que um queijinho light nos dá (2 gramas), falo de 15 gramas de proteína. Não é fácil arranjar um equilíbrio, não é fácil ver o que o nosso corpo precisa para começar a trabalhar e a derreter gordura. É necessária muita disciplina, e muita informação, aprendi sozinha, li muito sobre o assunto e passei a desconfiar de quase todos os nutricionistas.

15.Jan.16

Dia 10

Faz 10 dias que tive a minha primeira consulta na IVI e volvidos 10 dias dias já lá fui 3 vezes. Não faço muitas perguntas e tento não me entusiasmar com nada. Prefiro assim, um dia de cada vez sem pensar muito no assunto, e graças a Deus que tenho esse dom em desligar. Entretanto o meu plano alimentar e desportivo já começa a ter resultados e estou finalmente a perder massa gorda sem passar fome. Sinto-me mais saudável e com mais energia. Mudei radicalmente a minha alimentação e apaixonei-me por cajus e manteiga de amêndoa, não uso gordura para cozinhar e os lacticínios foram banidos de vez. E ao fim de 15 dias penso: era capaz de me habituar a este regime para sempre. 

 

 

14.Jan.16

a crise bateu-me à porta

O final do ano de 2015 foi mau, para além de ter descoberto que não podia ser mãe sozinha (apesar de acreditar que havendo um óvulo e um espermatozóide é sempre possível), comecei uma cruzada no meu local de trabalho. Sempre gostei do sítio onde estou apesar de ser sui generis, o ambiente é pesado, masculino e extremamente formal. Tenho uma função de elevada responsabilidade que me tira mais de 10h de trabalho diário e muitas horas de sono devido a preocupações. Estou sentada o dia todo num gabinete em Lisboa, mas a empresa é Angolana e o meu trabalho é todo para lá, e o salário vem de lá.

Quando o preço do petróleo começou a descer, as transferências monetárias vindas daquele país também o começaram. Foi-se tornando cada vez mais difícil, os USD escasseiam na rua e a moeda nacional desvalorizou 300% no mercado paralelo. Muito portugueses estão a regressar mas eu nunca saí de cá, tenho 5 salários por receber (já próximo do sexto) e nenhuma esperança de que um milagre aconteça. Continuo a vir todos os dias para o trabalho, apesar de a minha conta ser a de uma desempregada. Acusam-me muitas vezes de ser uma "pequena burguesa" mas sou também de carne e osso, com problemas reais diários. Também tenho as minhas crises e também eu me debato entre o certo e o errado, entre as batalhas que temos de travar ao longo de percursos mais ou menos tortuosos de guerras que nem sequer são nossas. 

Pág. 1/2