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Estado de (des)Graça

todas sabemos que a gravidez é um estado de graça.

22.Out.15

sobreviver a maleitas

As três principais que já passaram lá por casa são o nascimento dos dentes, diarreias e gripes. O nascimento dos dentes confesso que já me esqueci, desde Agosto que não lhe nasce nenhum  depois de 9 meses a nascerem não sei quantos. Sei que foi um período chato e tal, mas a maternidade é um fenómeno a estudar: tudo o que seja chatinho acaba por ser apagado das nossas cabeças de mães.

 

Quanto às diarreias é giríssimo de se ver. Um bebé faz uma diarreia liquida 300 vezes ao dia, fica sujo até às orelhas 300 vezes ao dia mas é como se nada fosse para ele. Pode estar todo sujo e assado que continua de bem com a vida como se tivesse acabado de sair de um banho vichy. Diarreias implicam despertares nocturnos e trocas de roupa da cama em modo zombie com um bebé a berrar não porque esteja com cocó até às orelhas mas porque lhe estamos a perturbar o sono de beleza. 

 

A terceira maleita, constipações, gripes, ranhos, macacos, espirros, têm passado lá por casa mais do que eu gostava, fica o bebé entupido, fica a empregada, a avó, o pai, normalmente só a mãe se safa. Ranho no nariz é sinal de noites mal dormidas porque bebé que é bebé não sabe respirar pela boca e então para além de nestas altura passar a ressonar, engasga-se com as suas próprias porcarias. Não se sabem assoar, e aspirá-los parece uma tortura medieval. É preciso amarrá-los para conseguir tirar o equivalente a 0,1 ml de ranho. Depois de estarmos todos a suar, bebé incluído, ele continua tão ou mais entupido. Sim porque o chorar também os deixa com ranho e o suor pelo esforço estóico constipa-os ainda mais. 

 

As 3 maleitas implicam compras especializadas diárias: para os dentes temos o Pansoral, Mytosil, Bucagel, Gel da Chicco e a certeza de que nenhum faz efeito. Tenho todos lá em casa e sempre que há uma nova crise lá vou eu fazer mais um estudo de mercado. Para dentes o melhor remédio é a paciência. Para as diarreias nada como as fraldas Dodot, que fazem com que o coco não chegue ao nariz e se fique pelo pescoço. Nestas alturas de crise é preciso um carregamento extra de fraldas e lençóis de baixo. No verão podemos optar por deixar o bebé nu enrolado em papel plástico, vai dar o mesmo efeito (cocó até ao pescoço) mais sai mais barato. O remédio para a diarreia para além do Nestum de arroz é a paciência. E por fim as gripes: litros de soro fisiolóigico (chegamos a gastar 30 embalagens dia) e Rhinomer bebé, compressas de tecido não tecido, e quando a coisa está mesmo critica um bocadinho de Neo sinefrina. Muitos vapores e claro está, paciência acima de tudo.