VFNO de duas mães desnaturadas
Por aqui também fomos ao grande evento do ano na capital Portuguesa. Um caos senhores, meninas e mulheres em saltos altos vertiginosos por essa calçada portuguesa fora e lábios carnudos pintados de vermelho. Fui buscar a outra mãe desnaturada à porta do trabalho e zarpámos para o Bistrô4 no Hotel Porto Bay e de lá não saímos. Ela também com um bebé e com uma mãe fixe como a minha estava livre e portanto toca de aproveitar.
E são nestes pequenos momentos que deixamos de ser apenas mães e voltamos a ser apenas amigas, as conversas sobre papas e cocós estão implicitamente proibidas apesar de termos partilhado todas as fases da nossa vida em simultâneo (acabámos o curso de direito no mesmo ano, fizemos mestrado no mesmo ano, casámos no mesmo ano, engravidámos no mesmo ano, fomos mães no mesmo ano...). E é tão bom partilhar estes momentos com as que nos são próximas, preguiçosamente, sem horas (e sem pão a voar ou alguém com 80 cm a gritar), enquanto se acompanha com um Martíni e se fala sobre as coisas boas da vida e se diz mal de tudo o resto. A vida é tão curta, e ontem tivemos ainda mais a certeza disso, e nós somos tão novas que cada vez mais penso que tem de haver tempo para tudo. Por eles e para eles tudo, mas para nós também.