Nos próximos dias este blog deixa de ser tão baby friendly e passa a ser um blog mete muito nojo. Atentem. Não queria ir, está-me a custar muito, tenho o coração apertado, esmigalhado, pequenino, mas já que tenho mesmo de ir (tentei desitir mas o meu marido não deixou) vou em grande!
Quando casamos ganhamos um marido e um pouco da família dele, mas quando temos um filho, os pais dele passam a ser avós do nosso rebento e portanto os laços estreitam-se. Nem sempre é fácil porque todos somos diferentes, com as nossas manias, com os nossos ideais, com os nossos pontos de vista.
Quando fiquei grávida, e sendo filha única, os meus pais ficaram loucos, doidos, já o outro lado da família ficou contente mas nada de mais, achei que ia ser especial porque era mais um a garantir o apelido PP. Mas enganei-me e ficou claro quando o meu sogro me disse na cara que não sentia absolutamente nada pelo ser que eu carregava dentro de mim. A partir daí deu-se o ponto de ruptura que chegou aos dias de hoje em que mal consigo encará-lo. Custa-me porque é o pai do meu marido, mas fiz vários esforços em vão.
É uma pessoa particular que acha ser o dono da razão, e não ouve nada nem ninguém, entra em minha casa e não raras as vezes arranca-me o filho dos braços (que desata sempre num berreiro, não há meio de se habituar aquele avô), começa sempre com a conversa do "é um bicho do mato / estás a criar um bicho do mato / são todos uns macacos / está é a precisar de irmãos, os filhos únicos são uns frustrados / é estrábico / tem a cabeça demasiado grande / sabe lá quem tu és, ele gosta de quem o alimenta / as minhas isto, as minhas aquilo..." tudo isto ouvi e ouço da boca dele, SEMPRE que o vejo, SEMPRE!
Esta é a família que eu tenho do lado de lá, que não é família, não é nada, e por muito que não pareça tenho pena, porque sempre quis ter irmãs, sempre quis ter uma família maior, sempre quis ter natais cheios. Os pais não se escolhem, mas os maridos quase que se deviam escolher por quem trazem atrás.
email enviado à minha mãe para não se esquecer de nada (claro que no segundo a seguir tinha o meu pai a ligar-me a gozar, sim porque a minha mãe leva tudo tão a sério que mandou para ele para imprimir)
De: XXXXXXX Enviada: segunda-feira, 27 de Julho de 2015 11:35 Para: mãezila Assunto: Menus Gorduxos
Sopas (continuam a levar carne ou peixe passado – 30 gramas por cada duas doses) – já levam pitada de sal e azeite usar sempre pelo menos dois legumes mais batata (exemplos: abóbora, broculos, courgete, xuxu, feijão verde, agrião, cenoura, couve flor, alho francês…). Único legume a evitar é espinafres.
Frutas – todas excepto citrinos, morangos, framboesa, amoras, kiwi, ananás. Banana só de três em três dias, madura.
Refeições – ao jantar come apenas um bom prato de sopa e fruta, ao almoço come menos sopa e o segundo prato e fruta.
Segundos Pratos
Domingo – Bolonhesa com Arroz
Segunda – feira – Bolonhesa com batata cozida
Terça – feira – Esparguete com ovo mexido
Quarta-feira – Bolonhesa com Arroz
Quinta feira - patanisca de atum em lata / bacalhau / pescada / tamboril
Sexta -feira – patanisca de atum em lata / bacalhau / pescada / tamboril
Sábado – estufado de peito de frango desfiado com cenourinhas e batatinhas cozidas
Domingo – estufado de peito de frango desfiado com cenourinhas e batatinhas cozidas
Segunda-feira – esparguete com ovo mexido
Pequeno Almoço – Leite (260 ml)
Meio da manha – Esse, Bolacha ou gelatina royal de melancia
Almoço – Sopa – Segundo Prato – Fruta
Lanche – Papa, Iogurte com bolachas maria esmigalhadas
Jantar – Sopa e Fruta e um pouco de pão ou gelatina royal se não tiver comido já a meio da manhã
Numa altura em que estava super cansada marquei uma viagem de 2 a 10 de Agosto sem filho. Faltam 4 dias e eu sinto-me a pior mãe de sempre por ir deixar a minha criatura linda durante 8 dias. Só penso que não o devia ter feito, que 8 dias são imensos dias, que ele está bem é na casa dele e que em casa dos avós vai ser muito infeliz. 8 dias longe dele vão custar horrores. Ai este arrependimento.
Não precisamos mais de ligar o despertador, nem ao fim-de-semana imagine-se. Não há o perigo de acordarmos depois das 08h e temos sempre aquela sensação que somos os primeiros a acordar no prédio. Ao sábado às 09h já estamos todos prontos, sem destino certo porque a essa hora é quase herege estar fora da cama. Mas com paciência tudo se faz.
Desde que fizeste um ano podes comer tudo. Dizem "passa a cozinhar a contar com ele" nada de fazer comidas especiais. Como eu sou tipo coelho e só como ervas tenho de dar largas à imaginação e cozinhar para ti (ou pedir que cozinhem, sim sim eu não faço nada!). Nunca foste boa boca, enjoas de tudo rapidamente e portanto cada dia é um dia. É preciso ter paciência e muitas das vezes desisto, se há coisa que não gosto é batalhas à hora de refeição, não queres comer não comes, paciência.
Já percebi que não gostas de coisas secas, tudo tem de ter molho, tudo tem de ser estufado, não adoras puré, não adoras arroz. Gostaste de feijão com carne picada, bolonhesa sem esparguete e adoraste esparguete com ovos mexidos. Comes o peixe a custo e detestas esmigalhadas do que quer que seja. A fruta continua a ser a menina dos teus olhos, é mostrar-te uma banana e começas logo a gritar de alegria. Voltaste a gostar da sopa agora que leva uma pitada de sal. Bebes leite mimosa do pacote, e comes empadas de galinha na praia. Ao lanche não dispensámos a papa Nutriben porque continuas magrote, volta e meia ainda comes mais um iogurte e mais umas bolachinhas ou aveia.
Nisto da alimentação sólida é tudo giro, principalmente o teu cocó e puns que passaram a cheirar verdadeiramente mal. Estás um crescido.
Mas ontem até correu bem. Ele tem estado bastante rabugento (dentes para não variar mais vacinas de um ano) mas ontem tirou o dia para dormir, 1h30 de manhã, 3h10 à tarde. Quando é assim já sei que o fim do dia costuma ser agradável e a noite sem sobressaltos. Sim esqueçam lá a história dos bebés que dormem de dia não dormem de noite, com o meu é mais quanto mais dormir de dia, melhor dorme à noite. Cheguei a casa e ainda consegui ir com ele ao jardim ver os patos e dar uma volta ao quarteirão, comprar um pão acabado de sair da Padaria Portuguesa e dar-lhe para a mão enquanto andávamos, ele no meu colo que eu não tenho paciência de descer com o carrinho quando a volta é rápida. Às 21h já estava a dormir -
Acho que não estou preparada para engravidar de novo. Tenho tanto medo. Não sei estar sozinha e esta semana é semana de o marido estar fora. Se não sei estar sozinha com um bebé quanto mais com dois? E se lhe acontece alguma coisa? Tenho a cabeça a mil hoje. Estou mesmo a precisar de férias.
Não sei se já reparam mas há uma espécie de moda neste mundo dos "somos os tais": as crianças de pais que os tratam na terceira pessoa andam em IPSSs. Tratar os filhos na terceira pessoa sempre foi "mania" das famílias bem, abastadas e que fazem questão de dar um beijinho (dar dois já é uma canseira), portanto alguma coisa está errada. Ou os que tratam os filhos na terceira pessoa já não são assim tão endinheirados, ou os seus filhos estão a ocupar o lugar de alguém que efectivamente precisa.
Eu também gostava de ter o meu filho numa IPSS (e não o trato por você), porque normalmente têm condições físicas muito boas, inclusive inscrevi-o logo à nascença numa ao pé de casa que adorei, mas não foi aceite, e inclusive deixaram claro que nunca o seria (talvez nunca seja uma palavra forte). As razões apresentadas eram válidas mas o critério da sua aplicação não é geral até porque é ver-se as salas formadas de Carminhos, Piedades, Antónios Marias, Purezas, Fraciscos, Lopos e afins.