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Estado de (des)Graça

todas sabemos que a gravidez é um estado de graça.

26.Jun.15

Acima de tudo, mulheres

Sermos pais não implica deixar de sermos casal, sermos mães não implica deixarmos de ser mulheres. Fora os primeiros tempos que são mais conturbados, confesso que nos primeiros 4 meses a minha vida foi dedicada a dar-lhe colo, a embalá-lo, a tentar acalmá-lo, a ficar quieta no sofá com ele nos braços para que não acordasse, a partir daí consegui melhorar muita coisa. Com o tempo comecei a deitá-lo cada vez mais cedo, hoje em dia às 21h está na cama o que é óptimo porque assim jantamos sossegados (nos primeiros 4 ou 5 meses não jantei) e temos o fim do dia para nós ou para cada um. Optámos por sexta-feira de 15 em 15 dias deixá-lo a dormir com os meus pais, vai à sexta com eles e ao sábado ao fim do dia vou buscá-lo. Permite-nos ir jantar fora à sexta-feira e aproveitar o dia de sábado. Nos fins-de-semana que fica connosco muitas vezes chamamos a MJ para passar o sábado com ele.

 

Sei que visto de fora muito gente me criticará, chamará mãe desligada ou sem tempo mas a verdade é que o tempo de qualidade que consigo para mim gera qualidade no tempo que passo com ele. Dedicarmo-nos apenas aos rebentos é a meu ver um erro que terá consequências negativas a longo prazo. Ou porque nos desleixamos fisicamente, ou porque a relação a dois sofre com a ausência da mulher, ou porque ficamos recalcadas porque não fizemos isto ou aquilo. Ver fotografias em grupos do facebook de barrigas enormes de mulheres que foram mães há um ano com comentários de "orgulho", "não me importo" faz-me confusão. Não tanto pela beleza estética de uma barriga à Carolina Patrocínio mas mais pelas questões de saúde implícitas (psicológica e fisíca) por de trás dessa gordura visceral.