fins-de-semana fora com o príncipe (ou rei)
A partir do momento que temos uma criatura todo o conceito de fins-de-semana fora muda. O tipo de hotéis muda, as horas de saída mudam, as refeições mudam, a praia muda, tudo muda. Damos por nós a procurar apartamentos em vez de hotéis boutique, damos por nós a ver sítios recônditos, com cozinha, e se tiver um quarto a mais ainda melhor. Damos por nós a ligar para o hotel/aparthotel/casinhas fofinhas a perguntar se a cama é de grades ou de campismo, se podem deixar uma cadeira de refeições, se a água é potável e caso não seja se podem deixar água engarrafada.
Começamos a fazer as malas com 3 dias de antecedência, afinal há muita tralha para levar, planeamos as sopas perfeitamente acondicionadas em potes, a fruta vai da Nestlé que se lixe, levamos menos roupa para que todas as tralhas do rei caibam no carro, levamos um tapete grande para que ele possa brincar na relva sem apanhar pulgas, mais os brinquedos favoritos (quase todos), mais fraldas (ocupam muito mais espaço que os pensos), mais 100 bodies porque ele se suja a cada dois minutos, mais bolachas, papa, leite em pó, biberão, chuchas, dedeiras, compressas, toalhitas, cremes de todas as espécies e feitios.
Chegamos ao dia de partida e estamos a rogar pragas a nós próprios por termos marcado o que quer que fosse com a criatura. Ficávamos muito mais confortáveis em casa, mas agora já está pago.
Chegamos ao local já com o rei aos berros porque não tem posição na cadeira, nessa noite dorme mal porque estranha a cama, os lençóis, o teto, e o ressonar do pai. Na noite a seguir continua a dormir mal e na última noite é expulso do quarto, já dorme melhor. Chegamos ao fim do mini break mais cansados do que quando começou, passamos a respeitar o horário do check-out porque já só queremos chegar a casa. O próprio rei dá gritos de alegria quando entra no seu quarto, nem quer dormir a sesta, deve pensar "deixa-me cá aproveitar não vá aquela louca ter ideias de sair outra vez".