em modo de desabafo
Quem por aqui vai passando conhece o tom irónico com que vou tentando escrever com mais ou menos regularidade mas muitas vezes tenho a sensação que dou pouco de mim.
Desde que fui mãe, e todas devemos passar mais ou menos por isso, passamos um pouco para segundo plano, o essencial é o bem estar do novo habitante da casa e tudo o resto se vai fazendo em jeito de sobrevivência.
Mas a verdade é que continuamos a existir e a ser aquilo que sempre fomos, mulheres, com problemas existenciais, físicos e profissionais.
Regressei ao trabalho em Janeiro, quando o bebas fez 6 meses apesar de desde os 3 meses dele já estar a assegurar grande parte do trabalho a partir de casa, pensei que a adaptação ia ser fácil e estava desejosa de sair da rotina de mamã fofinha 24 horas por dia. Adoro trabalhar, estar ocupada e focar-me naquilo que faço, mas neste momento odeio estar aqui, odeio levantar-me, odeio encarar estas pessoas e acima de tudo odeio aquilo em que se tornou o meu posto de trabalho.
Tenho dias em que me sinto miserável e só o salário "milionário" me vai mantendo a aturar este mundo engravatado onde as mulheres nunca chegarão a um lugar de topo (dito na minha cara). Tivesse eu coragem e mandava esta gente pastar.