e a saga das empregadas continuou
Na altura, por opção própria resolvi não aprofundar muito mais o tema sobre optar por deixar o bebé em casa. Muitas vezes as pessoas não compreendem este tipo de soluções e acham que é um luxo. Um luxo é ter um trabalho das 09h às 17h com uma hora de almoço no meio. Esse luxo eu não tenho, não tenho um horário, tenho de estar contactável nas minhas férias, trago computador para casa todas as sextas-feiras, tenho reuniões no Algarve em pleno Agosto. Não tenho horário reduzido por ter sido mãe, não tive uma verdadeira licença. Abusam de mim é verdade, mas pagam-me por isso, e esse luxo eu tenho. Pagam-me e dão-me para a mão assuntos para tratar que também ninguém na minha idade trata.
A opção de arranjar alguém em quem confiar que tratasse do meu Pablito era o melhor de dois mundos: dava-me folga para ter alguma margem no trabalho, tinha alguém a ajudar-me nas tarefas domésticas o que me permitia ganhar tempo com o meu rebento e evitava que ele apanhasse todos os bichos e mais alguns antes dos 12 meses.
Aquilo que era o desejável desde sempre tornou-se no meu maior pesadelo, não acertei, tive más experiências e conheci o pior das pessoas. Cheguei à conclusão que estamos entregues aos bichos, que as pessoas não querem trabalhar e que há gente que não vale um cocó do animal mais insignificante da terra. Agora a vida trocou-me as voltas e penso em avançar para a solução colégio. A tempo inteiro, também não tenho tempo para meios termos, e por muito bem que receba não estou rodeada por um sequito de empregados. Na verdade não estou rodeada por nenhum.
O último que lá esteve por casa despediu-se no próprio dia em que começou "ah e tal afinal não quero, é muito cansativo demoro 30 minutos a chegar a casa". Epah a sério?