Campo de Ourique o bairro que amamos e odiamos parte II
Mas depois é imaginar o meu bebé a gatinhar por este corredor e fico com o coração apertado.
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Mas depois é imaginar o meu bebé a gatinhar por este corredor e fico com o coração apertado.
Há dois anos comprámos um T4 em pleno Jardim da Parada, em óptimo estado, todo renovado e com excelentes áreas. Dizíamos que seria uma casa para a vida, para ter filhos, para vê-los a crescer, e para envelhecermos juntos naquele canto. Volvidos dois anos andamos a pensar vender a casa, não só porque seria um bom negócio, mas também porque este bairro, que é do Mercado, do Jardim, da BabyCool, da Padaria, da Arcádia, da Tasca na Esquina, de toda a gente que queira lá ir, é um pequeno caos para quem lá mora. E esse estado de sítio constante que faz com que eu não possa sair de carro ao sábado, nem chegar do trabalho depois das 20h que me faz pensar e me faz querer sair dali.
Os 200 m2 de casa, os 4 quartos, o pé direito alto, as paredes e portadas brancas, parecem não ser o decisivo incentivo para me manter. Desse lado se alguém estiver interessado, é só dizer.
Criaturas amorosas estas que geramos. Quando achamos que o pior já passou, que os dentes de baixo dão alguma dor de cabeça a nascer, que as cólicas se foram, surgem noites a fio sem pregar olho. Choraminga, esfrega a cara na minha roupa, baba-se em fio, tenta morder as minhas bochechas, não me deixa pôr gel nas gengivas sem me dar umas boas trincas... pobre coitado. Parece que vêm aí mais dentes, e estes, não estão a dar tréguas, não estão mesmo. Nós por cá, sobrevivemos com palitos nos olhos e paracetamol para as dores de costas que se apoderaram depois de uma noite de tanto colo e embalos.